Atualmente muito se fala acerca sobre as dificuldades de aprendizagem. Em Portugal temos cerca de 5 a 10% dos alunos com dificuldades específicas, o que representa cerca de 75000 alunos, dos quais 2/3 são rapazes. Mas afinal o que se entende por dificuldades na aprendizagem?
A definição não é fácil nem consensual. Mas, de acordo com National Joint Committeee on Learning Distabilities (1994), as dificuldades de aprendizagem:
- Manifestam-se por dificuldades na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas
- São intrínsecas ao indivíduo, devem-se provavelmente a disfunções do sistema nervoso central e podem verificar-se ao longo da vida
- Podem ocorrer juntamente com condições desvantajosas ou com influências extrínsecas, mas não são resultado dessas condições ou influências
É importante frisar que existem dois tipos distintos de dificuldades na aprendizagem: dificuldades primárias e secundárias. Perceba-as um pouco melhor.
Dificuldades de Aprendizagem: Conheça-as um pouco melhor
De forma prática as dificuldades interferem com a capacidade de o cérebro receber e processar informações. Por norma, trata-se de um conjunto de perturbações que não devem ser confundidas com défice intelectual ou autismo.
Estas dificuldades vão (por norma) acompanhar a pessoa durante toda a vida. Assim, quanto mais cedo forem diagnosticadas, mais simples será adotar passos que permitam minimizar o seu impacto.
Tal como dissemos existem 2 tipos de dificuldades de aprendizagem. As dificuldades primárias e as secundárias. Conheça-as um pouco melhor.
1 – Dificuldades de Aprendizagem Primárias
Podemos designar por dificuldades primárias na aprendizagem aquelas em que:
- Não se identifica uma causa orgânica específica
- Ocorrem perturbações na aquisição da linguagem falada (recetiva e expressiva), linguagem escrita (recetiva e expressivas) e linguagem quantitativa
- O potencial sensorial (relacionado com os sentidos), intelectual, motor e social é normal
- As perturbações dependem de alterações mínimas, tão mínimas que não são detetadas pelos exames médicos (pediátricos, neurológicos, psiquiátricos…) ou psicológicos (clínicos, pedagógicos…)
2 – Dificuldades de Aprendizagem Secundárias
Podemos designar por dificuldades primárias na aprendizagem aquelasnas quais:
- O potencial sensorial, intelectual, motor e social são diferentes da normalidade
- Resultam de condições, desordens, limitações ou deficiências devidamente diagnosticadas (deficiências visual, auditiva, mental, motora, emocional…), privação cultural, desvantagem socioeconómica, malnutrição…
- Ocorrem perturbações secundárias na aquisição da linguagem falada (recetiva e expressiva), linguagem escrita (recetiva e expressivas) e linguagem quantitativa
O que fazer nestes casos?
É fundamental procurar uma avaliação especializada que deve ser:
- Médica – Neuropediatra, pedopsiquiatra
- Técnica – Psicólogo, terapeuta da fala, terapeuta ocupacional, professor de ensino especial…
Esta ajuda irá permitir definir adequadamente que apoios poderão ajudar a criança a colmatar as suas dificuldades.
É importante frisar que as estratégias de tratamento são bastante variadas e vão depender essencialmente do tipo de das manifestações da própria dificuldade.
Estas estratégias de apoio envolvem sempre a família, professores e equipas especializadas.
A par disso, é essencial que se mantenha atenção à autoestima das crianças, de forma a evitar patologias adjacentes como a depressão ou ansiedade.